ATA DA SEGUNDA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 07-01-2010.
Aos
sete dias do mês de janeiro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário
Ana Terra do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni,
Dr. Raul, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Luciano Marcantônio,
Marcello Chiodo, Mario Manfro e
Mauro Pinheiro, titulares. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião,
compareceram os vereadores Airto Ferronato, Engenheiro Comassetto e Valter Nagelstein,
titulares, e Toni Proença, não titular. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº,
da Câmara dos Deputados; Ofício nº 643/09, do deputado federal Mendes Ribeiro Filho. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell e Mauro Pinheiro. Após,
foi apregoado Termo de Indicação de Líderes de Bancada de autoria do vereador
Mauro Zacher, informando a indicação de Sua Excelência e dos vereadores Ervino
Besson e Dr. Thiago Duarte para os cargos de Líder e Vice-Líderes,
respectivamente, da Bancada do PDT, a partir do dia primeiro de janeiro do
corrente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna e os
vereadores Elias Vidal e Engenheiro Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Engenheiro Comassetto. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os vereadores Dr. Raul, Aldacir José Oliboni e Valter Nagelstein. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o vereador Valter Nagelstein.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o vereador Engenheiro
Comassetto. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Toni Proença. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores João Pancinha, Toni Proença
e Luciano Marcantônio. Às
onze horas e trinta minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Reunião Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Mario
Manfro e Mauro Pinheiro e
secretariados pelo vereador Mauro Pinheiro, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Mauro Pinheiro,
Secretário “ah doc”, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprova,
será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Passamos às
COMUNICAÇÕES
O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo
com o Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. ADELI SELL: Bom-dia a todos e a todas, meu caro
Presidente, Ver. Mario Manfro, obrigado Ver. Mauro Pinheiro pela transposição
de tempo.
Como
iniciei, ontem, no primeiro dia de nossa Comissão Representativa, dizendo da
ausência do Governo, Verª Fernanda Melchionna, mais uma vez ficou evidente a
ausência do Governo em várias questões nos primeiros dias deste ano de 2010.
Não bastassem algumas tragédias que temos visto pelo País, agora cai a ponte na
Restinga. O Líder da Bancada do PT, Ver. Engenheiro Comassetto, está lá neste
momento, pois a ponte sobre o arroio do Salso, parte dela, caiu. A Av. Edgar
Pires de Castro está trancada, há um desvio a ser feito.
Este
é o começo, porque estamos vendo que em Porto Alegre a Prefeitura gasta uma
babilônia de dinheiro no recolhimento de lixo. Recentemente, uma empresa
terceirizada ganhou uma licitação. Nós estávamos torcendo para que as coisas
voltassem ao normal, e o trabalho seria corriqueiro e normal. No entanto, Ver.
Aldacir José Oliboni, o que está acontecendo? O lixo não está sendo recolhido,
e a Prefeitura está usando os funcionários do próprio DMLU para fazer o que a
empresa terceirizada deveria fazer, e estão pagando, pelo que sei. Eu gostaria
que o Líder do Governo, o Engenheiro João Pancinha, pudesse responder a essas
questões posteriormente.
Ver.
Mauro Pinheiro, nós estamos vendo todo esse descaso, e agora nós queremos ver
como se portará a EPTC neste verão. Vão alegar que há menos ônibus porque não
temos aulas. Mas eu quero lembrar que neste fim de semana terá o vestibular da
UFGRS, e milhares de jovens vão precisar de locomoção. Não temos táxi para todo
mundo, nem dinheiro para táxi, nem lotação e nem dinheiro para lotação.
Precisamos do transporte público! Qual é a política da EPTC para este final de
semana? Não vi nada na imprensa. Quem sabe a Liderança do Governo tenha boas e
alvissareiras notícias dadas pelo “Secretário Viajando”. O “Secretário
Viajando” fez escola, porque agora é o “Prefeito Viajando”, o “Vice-Prefeito
Viajando”, todo mundo viajando! Todo mundo tem o direito de tirar suas férias,
mas não podem esquecer que foram eleitos e que não são trabalhadores normais,
têm funções específicas que só o Prefeito, só o Vice, só um Secretário podem
fazer. Portanto, nós estamos aqui para cobrar responsabilidades do Governo
Municipal; nós somos Vereadores! Estamos em recesso, mas estamos vigilantes.
Nós
vamos propor um conjunto de medidas sobre as questões climáticas. Eu apresentei
na Mesa Diretora, no ano passado - várias Lideranças aqui sabem, está no GAPLAN
-, uma proposta que o meu Gabinete fez. Mas não quero ser dono do mundo, não
acho que sozinho vou resolver o problema, eu não acho que Porto Alegre sozinha
vai resolver o problema! Eu acho que nós temos que ser aqui, Verª Fernanda, os
protagonistas de um projeto metropolitano para enfrentar as questões
climáticas. Portanto, eu estou apresentando à nova Mesa Diretora - Ver. Manfro,
Ver. Mauro - uma proposição de um fórum metropolitano e um conjunto de
atividades para o ano que vem, para que esta Mesa Diretora leve adiante. Não é
a proposta do Adeli; tem que ser uma proposta da Mesa, da Câmara Municipal de Porto
Alegre para toda a Região Metropolitana, para enfrentarmos os problemas
ambientais, que são gravíssimos no mundo inteiro. Copenhague mostrou agora as
vacilações dos grandes governos, inclusive nós esperávamos mais do Presidente
norte-americano, Obama. Por isso é que nós achamos importante a presença e a
postura do Lula, da Dilma e dos brasileiros nesse evento. E nós vamos continuar
nessa nossa peleia para defender a sustentabilidade ambiental, econômica e
social, porque não podemos distinguir e fazer um discurso que alguns setores
fazem, alguns ambientalistas de araque fazem, como se a defesa ambiental não
tivesse a ver com problemas econômicos, e nada tivesse a ver com questões
sociais. Essas questões, esse tripé: ambiente, economia e a questão social, é
um tripé de sustentabilidade.
Então,
eu concluo, colegas Vereadores, dizendo que lastimo a sistemática ausência do
Prefeito, do Vice, e, especialmente, do “Secretário Viajando”, da EPTC.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra
em Comunicações.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro;
demais Vereadores, Verª Fernanda. Ver. Adeli Sell, muito bem lembrado. Ontem,
vim a esta tribuna e falei do descaso da Prefeitura para com as calçadas, para
com as marquises e hoje, vindo para esta Casa, escutei no rádio que caiu a
ponte da Av. Edgar Pires de Castro, e a Restinga fica sem ligação, com
dificuldade para o deslocamento daquela comunidade. O nosso Líder, Ver.
Comassetto, já nos ligou, informando que não está presente nesta Sessão
justamente por este motivo, pois está lá, acompanhando. Infelizmente, esse é o
descaso da Prefeitura.
E
o pior de tudo, Ver. Oliboni - nós temos como Prefeito em exercício o Ver.
Tessaro, desta Casa -, é que o nosso Prefeito e o Vice-prefeito não se
encontram na Cidade, nem o Líder do Governo se encontra nesta Sessão, para que
a gente possa saber quais as providências que vão ser tomadas pelo Governo, e o
que vai acontecer. Eu gostaria que o Líder do Governo estivesse aqui para nos
explicar. Ao abrir o jornal de hoje, deparei com o nosso Vice-Prefeito na praia
da Boa Viagem (Pernambuco), na sombra, tomando água de coco, enquanto a nossa
Cidade está desleixada, sem comando, como em todo o tempo deste Governo. Falo
isso, porque, em relação à Av. Edgar Pires de Castro, antes mesmo do meu
mandato, eu acompanho as diversas Emendas feitas pelo nosso Partido, o Partido
dos Trabalhadores, para a duplicação da Edgar Pires de Castro. E pior do que
não ser duplicada é não ter a mínima conservação, e está acontecendo isto. Na
Cidade um dia cai marquise, no outro cai ponte. Essa é a falta de cuidado para
com a Cidade. Um exemplo de descaso do Governo a não ser seguido, e o Prefeito
já se diz provável candidato a Governador, e parece que já está muito mais
preocupado com o Estado do que com a Cidade para o qual ele foi eleito, Ver.
Toni Proença. É uma lástima! Esperamos que o Prefeito Fogaça revise isso e
fique na Cidade para comandar. Todos nós esperamos que ele se dedique com mais
afinco, junto com suas Secretarias, porque realmente é um problema para a
Cidade esse abandono, e não é só a Av. Edgar Pires de Castro, para a qual
várias Emendas foram protocoladas, nunca aprovadas, e, quando aprovadas, não
vieram os recursos.
Também
sabemos que não existe um projeto; o Governo Federal estava disposto a liberar
verbas para a Av. Edgar Pires de Castro, mas, por falta de projeto, esta verba
não veio, justamente porque não tem projeto. Depois não adianta dizer que o
Governo Federal não quer ajudar, pois, se não tem projeto, não tem como ser
ajudado.
Da
mesma forma, andando pela Cidade, agora que o trânsito está mais fácil - a
única solução para o trânsito de Porto Alegre é ser janeiro e fevereiro, quando
as pessoas estão na praia, pois diminui esse caos do tráfego, dos
congestionamentos... Infelizmente esta Prefeitura é contra o trem, porque
prefere os Portais. Estão querendo fazer baldeação, dificultar mais ainda a
vida das pessoas com a baldeação, que já é algo ultrapassado em outras cidades,
e Porto Alegre, em vez de buscar o que pode ser novo para a Cidade, que é o
trem, fica se preocupando com a baldeação dos Portais e com a construção de
minishoppings e comércio, e isso nos deixa bastante preocupados.
As
pequenas obras da Cidade não têm a mínima atenção do nosso Prefeito, como as
praças da Cidade. Faço este registro - nada contra o Secretário, porque o que
falta realmente é estrutura da Prefeitura e preocupação com o abandono da
Cidade. Há praças com capim alto, as pessoas reclamando, e aonde se vai as
pessoas reclamam que as praças não têm o cuidado necessário. Acho que temos que
fazer uma reformulação no transporte coletivo em vez de nos preocuparmos com os
Portais, pois vários bairros que cresceram e se esticaram não têm linhas de
ônibus suficientes, como é o caso do Timbaúva III, aonde a alimentadora só vai
até a parte I e II, e a parte III do Timbaúva tem uma dificuldade, pois não tem
acesso a ônibus, as pessoas têm que caminhar e se deslocar, e assim mesmo pela
alimentadora, porque não tem nenhuma extensão da linha até aquela região.
Acho
que a questão do transporte, ontem muito bem lembrada pela Vereadora Fernanda,
cuja passagem está cada vez mais cara e cada vez assistindo com menos qualidade
as pessoas das comunidades, principalmente aquelas das periferias, dos locais
mais afastados, e não é só no Timbaúva; é na Lomba do Pinheiro e em todas as
regiões em que a gente vai há reclamação por falta da linha de ônibus. Eu acho
que a gente tem que fazer uma reestruturação do transporte coletivo em nossa
Cidade; um debate para ver as regiões que estão mais desassistidas para ter uma
melhor assistência.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Apregoo a indicação do Líder e Vice-Líder
do PDT, respectivamente os Vereadores Mauro Zacher e Ervino Besson. O 2º
Vice-Líder é o Ver. Dr. Thiago Duarte.
O
Ver. Marcello Chiodo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
O
Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra em Comunicações.(Pausa.)
O
Ver. João Pancinha está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro;
colegas Vereadores, funcionários da Casa, prezados colegas, ontem, recebi um e-mail de um conhecido que me fez
refletir sobre a volta das férias e as respostas que a natureza tem dado em
nosso Brasil. Ele colocava o problema, o discurso, a ideia que nós brasileiros
sempre tivemos de que nosso País é abençoado pela natureza, pelas nossas belas
praias, um País que nunca passou por grandes tragédias, como maremotos,
terremotos, nada do gênero, e ele me questionava que, apesar dessa bênção, o
modelo predatório e as consequências do aquecimento global estão chegando ao
nosso País. Ele colocava os exemplos de maneira evidentemente lógica, porque
nós estamos assistindo a isso.
Hoje,
quando ouvia pelo rádio sobre a queda da ponte, e ontem, vendo a tragédia de
que os colegas falaram, de Agudo, da ponte que caiu, e a lástima que aconteceu
no Ano-Novo, lá em Ilha Grande, no Rio de Janeiro, nos faz refletir ou nos faz
pensar nos problemas e nas enormes consequências que esse aquecimento global e
a fúria das águas terão para a toda a população. Já aproveito para me
solidarizar com as famílias das vítimas, porque é uma situação bastante triste
e difícil para os familiares, para os amigos, para as cidades onde ocorreram
essas tragédias, mas, sobretudo, além da solidariedade e do voto de apoio às
famílias, nós temos que refletir sobre que modelo nós queremos; nós temos que
refletir sobre o futuro da sociedade, da cidade e do País que nós vamos
construir. Dizem que o que a gente planta aqui a gente colhe logo ali à frente.
O que se está plantando para que, de fato, haja uma redução na emissão do gás
carbônico para a atmosfera da Terra e, portanto, não aqueça tanto a temperatura
do planeta? O que se está fazendo para preservar as Áreas de Preservação
Permanente, garantindo os sumidouros de
carbono e garantindo a biodiversidade de diversas espécies? O que se está fazendo
para estimular o uso do transporte coletivo em vez do uso do carro individual,
para reduzir as metas de emissão de gás carbônico? O que se está fazendo no
sentido de mudar a matriz energética e começar a construir uma base energética
calcada em uso de energias renováveis, energias limpas?
Eu
faço estas perguntas, porque muitas vezes nós debatemos, e parece que as
grandes soluções dependem só dos grandes - e dependem, também. Não queremos
aqui tirar a responsabilidade do Obama, a responsabilidade da China, a
responsabilidade dos maiores poluidores, que têm a capacidade - e nós estávamos
lá, eu e o Ver. Todeschini - de chegar na Conferência de Copenhague e sair sem
nenhum acordo, mesmo sendo os maiores poluidores do planeta. Eles estão mais
preocupados em responder às grandes corporações multinacionais em vez de
estarem preocupados com o futuro do planeta.
Mas,
também, o que estamos fazendo no local, na cidade? Qual é a cidade que o mundo
precisa? E qual será o tempo, Ver. Luciano Marcantônio, que a cidade de Porto
Alegre vai demorar para ser uma cidade limpa? Eu acho que pode demorar
bastante, porque faz parte de um processo de planejamento. Mas está na hora de
começar! Infelizmente, o Executivo Municipal e o Prefeito Fogaça não só não
começaram, como, ao contrário, aprofundaram um modelo da construção
desenfreada, aprofundaram um modelo de transporte coletivo que é extremamente
poluente, aprofundaram um modelo que não se propõe, como nós apresentamos na
Emenda ao Orçamento, a fazer o APA lá nas Ilhas para inibir - como disse o Ver.
Toni Proença ontem nesta tribuna - aquelas 20 mil pessoas que moram em área de
risco e que só sairão ou poderão morar em área que não é de risco quando houver
o APA, um estudo técnico para poder alojar as pessoas – para algumas,
evidentemente, vai ter que ter algum realocamento, mas nós temos a certeza de
que, com planejamento, com um estudo concreto podem-se preservar vidas,
preservar esperanças, preservar móveis.
E
as chuvas estão aqui: as chuvas estão vindo - esperamos que não cheguem, mas a
maior probabilidade é de que cheguem.
Então,
comecemos, ou melhor, que o Prefeito comece a executar a cidade que o mundo
precisa: que passa pelo Metrô, que passa pela redução de emissão de gás
carbônico, para o que já existe projeto aprovado desde 2007, e nada foi feito
pelo Executivo, Ver. Toni, até agora, para cumprir um projeto de redução das
metas de CO2. Por que nós não podemos aproveitar o metano do lixão, como faz
São Paulo, dando uma alternativa de energia, e, ao mesmo tempo, poluindo menos
o meio ambiente?
Então,
deixo estas reflexões para os colegas Vereadores, e, certamente esta pauta,
aliada à questão econômica e social, será uma agenda estratégica para todos nós
nos próximos anos.
Portanto,
vamos pensar no que iremos colher logo ali na frente, a Cidade; e nós,
Vereadores, políticos, temos que plantar coisas boas para as futuras gerações.
(Não
revisado pela oradora)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, funcionários desta Casa e demais presentes que nos visitam, um
bom-dia a todos! O que me chama a atenção e o que me faz vir a esta tribuna é o
conteúdo das falas dos que aqui têm vindo e que me provocam a não ficar quieto
e a fazer uma réplica ao que tem sido dito.
Primeiro, nós votamos os Portais, e, com relação
aos Portais, há os que defendem a não construção dos Portais, por um
entendimento de que é algo ultrapassado, malfeito, algo desnecessário. Eu vejo nisso
um conteúdo político para tentar desmerecer algo que é bom para a Cidade,
porque eu acho um contrassenso vir aqui falar de poluição, Verª Fernanda. Eu
acho um contrassenso vir a esta tribuna falar de poluição, de todos esses
desastres naturais que estão acontecendo no planeta, quando nós não queremos
fazer o tema de casa!
Quando há
Então, antes de se falar em qualidade de ar, de
se falar em Copenhague, de se falar em tudo isso, nós precisamos fazer os temas
de casa, primeiro! Eu quero me preocupar com Agudo, com Angra dos Reis, com os
outros países, mas eu tenho de cuidar de Porto Alegre; eu tenho de fazer o tema
de casa aqui!
Então, é uma atitude que é muito importante para
a Cidade, como foi, por exemplo, organizar os camelôs - pode ser que não tenha
sido o melhor lugar, a melhor forma, mas foi bem melhor do que fizeram nos 16
anos, deixando na rua a desordem que estava.
Então, parece que não dá para se fazer nada de
bom para melhorar a Cidade, porque existe aquela dor no cotovelo, sabem? “Eu
não fiz, não tive capacidade de fazer, então, quem está fazendo eu tenho de
tentar denegrir para não avançar, para que seja um conceito negativo aquilo
que, na realidade, é um conceito positivo”.
Agora, o que eu vou falar aqui não é nada para
ninguém especificamente, mas é para todos os fumantes em geral, do mundo - não
só os da Câmara de Vereadores, do Estado ou do Brasil; eu não estou dando nome
para ninguém, mas me perdoem os fumantes, pois morrem em torno de 230 mil
pessoas pelo uso do cigarro, no Brasil, todos os anos. Sabem o que são 230 mil
pessoas? Ponham 230 mil pessoas, uma atrás da outra, e imaginem quantos
estádios de futebol podemos lotar! É o número de pessoas que morrem, todos os
anos, pelo cigarro, no Brasil.
Aí vocês acrescentem a essas mortes os que levam
anos para morrer com CA - câncer; e eu trabalho no Hospital de Cancerologia,
tamponei muito cadáver em hospital, no Hospital Santa Rita, que é o maior do
Sul do Brasil na área de Cancerologia.
Sabem o que é tamponar um cadáver, não é? É botar algodão no ouvido, em todos
os orifícios do ser humano para preparar o corpo. Isso é um procedimento de
hospital. Antes de se levar o corpo, o cadáver, você tem que tamponar; é um
procedimento médico. Se os senhores não sabem disso, estou trazendo esta
informação, porque é bom aprendermos algumas coisas fora da nossa área. Aqui,
talvez, muitos não tenham trabalhado em hospital, não sabem os procedimentos,
como eu também não sei muitas coisas das áreas em que vocês trabalharam. Então,
a gente troca informações, assim a gente aprende na vida uns com os outros.
Tamponei muitos cadáveres, que os médicos autorizavam, dizendo: “Pode preparar
este corpo”. Era triste fazer isso, muitas vezes, no corpo de uma pessoa que se
via que ainda tinha muito por fazer pela vida. Agora, não é só esse problema.
Nós temos um médico aqui, o Dr. Raul, que sabe que é um procedimento médico,
trabalha em hospital, já deve ter autorizado, junto com o pessoal técnico à sua
volta.
O
que eu quero dizer é que o custo de uma pessoa doente, por um só tipo de
enfermidade, o câncer, é alto; a sociedade paga um preço muito alto, o contribuinte
paga muito. Por um canceroso fumante só, se paga muito, sem considerar a
questão da poluição. Então, nós precisamos fazer o tema de casa. Primeiro,
temos que despoluir o nosso corpo, gente, não só do cigarro, mas de algumas
outras coisas aí que prejudicam a nossa saúde. No cigarro há a fumaça, há mais
de quatro mil venenos. Então, nós precisamos fazer o tema de casa. Primeiro,
antes de falar da poluição lá de fora, vamos falar da poluição do nosso corpo,
do nosso ambiente. Ainda há gente fumando nos corredores, tem gente fumando
muito perto, e, em decorrência disso, está entrando muito veneno para onde não
deve. Já temos uma lei específica sobre isso. Então, fica aqui apenas um
alerta, um lembrete: para a gente falar na poluição, precisamos estar atentos a
esse tipo de coisa, e não ficar desmerecendo aquelas obras que foram bem
feitas, mas, por dor de cotovelo, os adversários do Governo acham que isso não
é bom, e ficam falando - desculpem - até besteiras. Se querem falar em
poluição, vamos ajudar para que não entrem 30 mil ônibus, e vamos dar mais
qualidade de vida para as pessoas que moram em Porto Alegre. E quando forem
Governo, que tenham capacidade, porque, se não tem, que não se desqualifique
para tentar ser. Porque, quando por 16 anos estiveram no Governo, não tiveram
qualificação para fazer. Então, deixem os outros trabalhar. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra em Comunicações.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezado Presidente, Ver. Mario Manfro;
colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, principalmente a imprensa
que nos assiste aqui, neste momento em que o Rio Grande do Sul sofre todos
esses problemas ambientais. Nós, como gestores públicos, temos que nos
antecipar aos problemas, ter uma política séria e cumprir aquilo que falamos
que iríamos desenvolver.
Esta
minha fala é para o Exmo. Senhor José Alberto Fogaça. Neste momento, assim como
já falaram aqui meus companheiros Mauro Pinheiro e Adeli Sell, a Restinga está
ilhada. Está ilhada, porque caiu a ponte na Av. Edgar Pires de Castro, e vou
trazer aqui, no mínimo quinze justificativas, Ver. João Pancinha, para
demonstrar a incompetência do Governo Fogaça. A primeira delas, os que aqui
moram, e sabem o desenvolvimento que está tendo a Região Sul, e o avanço que
está tendo a Restinga, principalmente com esses dois projetos, para cuja
realização foi necessária a decisão do Governo Federal, que são a Escola
Técnica Federal da Restinga e o Hospital Geral da Restinga, isso deu um novo
alento àquela comunidade. A Av. Edgar Pires de Castro é a principal ligação dos
200 mil habitantes dos bairros Restinga, Lami, Lageado, da Estrada das Quirinas
e assim por diante com o Centro de Porto Alegre. A ponte ruiu! Em 2005, quando
chegamos aqui nesta Casa, apresentamos e aprovamos uma Emenda no Orçamento
Municipal, reservando dinheiro para que o Governo elaborasse o projeto de
duplicação da Av. Edgar Pires de Castro. Prezado Presidente, o dinheiro caducou
no Orçamento, e não foi elaborado o projeto. Portanto não há obra de
infraestrutura direcionada para qualificar a Av. Edgar Pires de Castro - essa é
a primeira razão. Segunda: em 2006, 2007, 2008 e 2009, reapresentamos nesta
Casa as Emendas para duplicar a Av. Edgar Pires de Castro, e todas elas foram
negadas pela base do Governo, por orientação do Prefeito Fogaça.
Terceira
razão: em novembro de 2008, realizamos uma atividade lá na Restinga, para onde
levamos o Secretário Nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana, do
Ministério das Cidades, Sr. Luiz Bueno. Ele foi lá e disse para as lideranças
comunitárias e para o Secretário Clóvis Magalhães: “Temos dinheiro no Governo
Federal para a duplicação da Av. Edgar Pires de Castro”. O que teria que fazer
o Governo Fogaça? Mandar o projeto para Brasília, para o Ministério das
Cidades, até dia 31 de dezembro de 2008. Vocês já sabem a resposta! Prezado
Toni Proença, o Prefeito mandou o projeto para Brasília? Não mandou projeto
para captar recursos para a duplicação da Av. Edgar Pires de Castro. Quinta
razão: naquela região, está saindo um conjunto de empreendimentos. Está aqui
conosco um dos empreendedores, e todos eles têm de pagar contrapartidas. Onde
estão sendo aplicadas essas contrapartidas que não na infraestrutura da região?
Eu
estou falando da Av. Edgar Pires de Castro. Caiu a ponte da Av. Edgar Pires de
Castro! Quais são as alternativas que temos? Pode-se sair pelo arroio do Salso,
pois a Administração Popular construiu a ponte sobre o arroio, ligando a
Restinga ao Vale do Salso 1 e 2. A Administração Popular deixou o projeto
elaborado para fazer um entroncamento alternativo da Estrada Costa Gama até a
Restinga, passando pelo Vale do Salso. Lá nessa comunidade, nessa ponte, há uma
placa bem grande avisando: “Ponte interditada com risco de cair”. Mandamos um
Pedido de Providências para o Executivo Municipal (Lê.): “Solicitação de
manutenção do pontilhão sobre o arroio do Salso, na Rua da Figueira, entre a
Estrada Costa Gama e o Vale do Salso. Justificativa: tal solicitação decorre de
demanda recebida por este Gabinete oriunda da comunidade da região, em
decorrência do perigo que apresenta em função da deterioração ocasionada pelo
tempo, pois ali trafegam veículos leves e pesados”. E o que foi feito até o
momento? Nada! Por onde está saindo a comunidade agora? Por cima dessa ponte!
Oitava
razão: outra alternativa é sair pela Rua Darcy Pereira Pozzi, passando pela
Estrada Chapéu do Sol, pegando a Av. Juca Batista. Na Rua Darcy Pereira Pozzi,
ainda faltam 800 metros de pavimentação, pois, em 2003, a Administração Popular
pavimentou parte da via, deixando o projeto e o recurso para a conclusão. E o
que foi feito até agora? Nada! Todos os Pedidos de Informações e de
Providências que encaminhamos não receberam resposta objetiva. E por lá estão
passando, no meio da buraqueira, neste momento, os ônibus que fazem o
transporte para Porto Alegre. Toda a comunidade do bairro Hípica está isolada,
sem transporte público, por causa dessa incompetência. Vou dar outra
alternativa!
Sr.
Presidente, se me permite, vou usar o tempo de Liderança para concluir.
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Eu ia inclusive sugerir.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder a
partir deste momento.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado.
A
outra alternativa é sair pela Estrada do Rincão, passando pela Vila Mariante e
Belém Velho para ir até o Centro. Essa Estrada tem mais ou menos cinco
quilômetros, é estrada de chão. É literalmente intransitável: lá não há mais
buraco pequeno, pois foram todos engolidos pelos grandes. Intransitável! E eu
desafio qualquer um dos colegas Vereadores, aqui e agora, a pegar o seu carro e
ir lá passar nessa Estrada. O que sobrou? A Lomba do Pinheiro. Agora eu
pergunto: aqueles que querem ir até a Tristeza têm que sair pela Lomba do
Pinheiro, ir lá na Agronomia, na UFRGS, pegar todo o trânsito da Av. Bento?!
Hoje de manhã cedo, liguei e falei com o meu companheiro Oliboni, que mora na
região, e ele dizia: “Estou trancado no trânsito, não consigo andar.” Então,
esta é a décima quarta razão que trago aqui sobre a incompetência da gestão do
Prefeito Fogaça, o descaso com a periferia da Cidade e, neste caso, com a
região sul. Gostaria que o Líder do Governo me justificasse esses quinze itens
que eu trouxe aqui, um a um, com razão, não com discurso furado, porque a
comunidade está ilhada.
Mandei
um Pedido de Informações para o Exmo. Sr. José Alberto Fogaça sobre quando
seria feito o projeto dessa via alternativa pelo arroio do Salso, projeto que
discutimos e que ficou gravado no Plano Diretor como via alternativa. O que ele
responde, assinado pelo Exmo. colega Ver. Maurício Dziedricki? (Lê.) “Em
atenção ao Pedido de Informações [...] referente aos projetos existentes na
ligação da Estrada Costa Gama pela Rua da Figueira, pelo Vale do Salso até a
Restinga [...] temos a informar o que segue: conforme parecer do Escritório de
Projetos e Obras/SMOV foi informado que não existe, até o presente momento,
previsão de obras para a ligação em questão, de infraestrutura e pavimentação,
nos Planos de Investimentos.” Lá está a placa do próprio Poder Público
avisando: “Ponte interditada”, e é o caminho que a população está fazendo hoje
para sair da Restinga. E a resposta a esse Pedido de Informações, prezado Damiani,
o senhor que trabalhou na Secretaria Municipal do Planejamento sabe que é...
Não vou dizer a palavra que deveria dizer aqui, mas, no mínimo, desinformada,
incorreta, porque projeto estruturador existe, pode não haver o projeto de
engenharia, mas está ali, gravado no Plano Diretor, ligar a Estrada Costa Gama
com a Restinga, como uma grande saída alternativa.
Portanto,
meu querido Ver. Valter, Líder do Governo, diga lá ao seu Secretário de Gestão
e Governança, Clóvis Magalhães, que ele tem que se envolver com a periferia e
não só montar maracutaias nas licitações públicas. Não só, assim como está nas
gravações! O dinheiro tem que ser aplicado nas obras necessárias para a cidade
de Porto Alegre. Estou indo bem, as gravações que foram trazidas a este plenário
demonstram isso.
Portanto,
nesses quinze pontos que eu trago aqui, neste momento, eu estou falando em
relação a uma comunidade que conheço como a palma da mão. O Ver. Paulinho Ruben
Berta não está aqui, mas poderia falar sobre a Zona Norte, poderíamos falar
sobre o Humaitá, poderíamos falar, Ver. João Pancinha, sobre o seu clube, sobre
o Beira-Rio. Passei ali ontem à noite, com o meu carro golzinho mil, com água
acima do meio do pneu, por quê? Porque os serviços de manutenção do DEP não
estão sendo executados em relação à limpeza das bocas de lobo.
Todas
essas razões aqui demonstram por que a gestão Fogaça abandonou as comunidades
da periferia e, no caso, a minha querida comunidade da Restinga. O Ver. Pujol
não está aqui agora, mas ele tem um trabalho grande lá; o Dr. Goulart, que está
lá no DEMHAB, fala isso em todos os momentos nas comunidades, que a periferia
está abandonada. O Ver. DJ Cassiá não está aqui, e todos os outros colegas que
têm trabalho e relações com aquelas comunidades da periferia...
Coloco
a última questão, Sr. Presidente, sobre o tema. O Ver. Waldir Canal não está
aqui, mas está o Ver. João Pancinha. Nós, da CUTHAB, realizamos, no dia 27 de
novembro, uma reunião sobre o transporte público lá no bairro Hípica - está
tudo gravado aqui na Comissão -, onde compareceram 27 comunidades da região com
posição unânime em relação ao problema do transporte e ao descaso com a região.
O Governo foi à reunião? A EPTC foi à reunião? A SMT foi à reunião? Até hoje
não foram! Qual foi uma das decisões tomadas lá pela plenária que o Presidente
Ver. Waldir Canal adotou? Pedir, imediatamente, uma reunião com o Prefeito José
Alberto Fogaça.
(Aparte
antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: O corregedor da Câmara, agora, não consegue
defender o Governo e quer correger os colegas.
Portanto,
Sr. Presidente, o Prefeito, que está de férias merecidas pelo excelente e árduo
trabalho que realiza com projetos para a periferia e para toda a Porto Alegre,
anuncia neste momento: “Vou renunciar para ser Governador, porque já cumpri
minha tarefa com Porto Alegre.”
Prezado
Líder do Governo, eu trouxe aqui quinze pontos para o senhor justificar essa
situação que se abate sobre a Cidade e sobre a região sul de Porto Alegre. São
quinze pontos, todos eles trabalhados aqui nesta Casa, sim, e com a
contribuição da oposição oferecendo soluções. Nenhuma delas foi acatada ou
cumprida. Inclusive, com o compromisso de o Secretário Clóvis Magalhães enviar
o projeto da duplicação da Av. Edgar Pires de Castro ao Ministério das Cidades,
e já estaria solucionado o problema da ponte, que não teria caído hoje, e a
comunidade da Restinga não estaria isolada.
Agradeço,
Sr. Presidente, a tolerância, mas esses são temas que temos que debater aqui em
relação à nossa Cidade. O nosso Administrador público chama-se José Alberto
Fogaça - é o meu também! E aqui, como oposição, temos que cumprir nosso papel
constitucional, exigindo que aquilo que é dito seja cumprido. Pela duplicação
da Av. Edgar Pires de Castro, prometida pelo Fogaça nas suas campanhas, até
agora não foi movimentada uma palha e, certamente, não será, porque o dito
gestor público está renunciando para o bem da Cidade. Um grande abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Primeiro, um esclarecimento. O Vereador
utilizou o tempo a que tinha direito em Comunicações e mais o tempo de
Liderança, excedendo ambos; como tenho sido complacente com todo o mundo, não
iria fazer uma exceção.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. RAUL: Presidente Mario Manfro, Vereadores,
Vereadoras, todos que nos assistem, eu sempre falo de Saúde e neste momento
gostaria só de fazer um acréscimo ao que foi falado aqui pelo Ver. Comassetto,
intransigente na oposição, como sempre. Realmente nós temos muitos problemas na
Cidade, mas muitos projetos que vieram de outras Administrações o Prefeito José
Fogaça, com a sua habilidade, conseguiu transformar em realidade, não ficaram
apenas como projetos. Em relação aos quinze itens aqui elencados, com certeza,
muitos deles ainda por serem resolvidos, eu acrescentaria o décimo sexto item,
que seriam os dezesseis anos que o Partido de V. Exª esteve à frente da
Prefeitura Municipal. A Av. Edgar Pires de Castro não nasceu hoje, a Restinga
não nasceu hoje, e esses problemas não são problemas agudos, são problemas
crônicos da Cidade, que poderiam já estar resolvidos. Isso, na realidade, é o mea culpa de todos nós, porque
precisamos ter foco e, além disso, ritmo de trabalho. Mesmo que foquemos em
algum assunto importante, se não tivermos um ritmo adequado, vamos levar muito
tempo, dentro da burocracia e dos entraves que existem, para conseguir que a
coisa pública se materialize em obras físicas, em obras importantes para todas
as comunidades da nossa Cidade. Então, acho que a luta é de todos nós.
Temos
que fazer aqui também um reconhecimento importante ao nosso Prefeito José
Fogaça, que, com todas essas problemáticas, com tudo que tem passado, tem
demonstrado ser uma pessoa capaz de delegar e de fazer com que as coisas
realmente aconteçam. Não é à toa que está novamente aqui o Fórum Social
Mundial, que foi tão propalado e tão debatido nesta Cidade. Hoje temos aí o
Fórum Social Mundial! Se a situação fosse inversa, se o Governo fosse o Governo
de V. Exª, duvido que isso fosse retomado na cidade de Porto Alegre. Na
realidade, a ideia é de tentar resolver os problemas da comunidade de uma forma
pluripartidária por parte do nosso Prefeito José Fogaça, parece que isso está
sendo bem aceito pela comunidade. As urnas assim têm demonstrado, pois ele foi
o único Prefeito que se reelegeu. Isso nunca havia acontecido, agora aconteceu,
talvez não tenha sido por acaso, foi por uma avaliação da população.
E,
quando alguém se candidata, assim como vários colegas aqui pretendem ser
candidatos à Assembleia Legislativa, à Câmara Federal, com certeza é no sentido
de contribuir de uma maneira maior para a sociedade, não desmerecendo este
momento em que nós estamos hoje, já que estamos fazendo coisas importantes,
encaminhando demandas muito importantes, fiscalizando, proporcionando que a
comunidade tenha coisas boas, que melhore a qualidade de vida das pessoas. Na
realidade, quem faz política luta pelo bem comum, pelo bom senso, para
construir uma sociedade que seja melhor, mais justa e mais qualificada para que
todos nós vivamos bem.
Em
relação à questão da Saúde, eu gostaria de deixar um abraço fraterno ao Dr.
Paulo de Argollo Mendes, que foi reconduzido à presidência do Sindicato Médico
do Estado do Rio Grande do Sul, em função do seu trabalho de muitos anos,
trabalho que vem sendo reconhecido pela categoria, tanto que não houve nenhuma
chapa de oposição no Sindicato. Então, nós temos a convicção de que vamos
continuar na luta permanente, persistente, para a aprovação do Ato Médico, para
a aprovação efetiva e para a regulamentação da Emenda nº 29, a fim de que haja,
no Município de Porto Alegre, um Plano de Carreira para os Médicos. Nós sabemos
que não é uma questão específica da categoria, mas uma questão envolvendo toda
a comunidade e o atendimento da rede básica. Eu mesmo, na minha experiência de
algumas dezenas de anos na área da Saúde Pública básica, muitas vezes trabalhei
sozinho, com um funcionário dentro de um posto de saúde e nem por isso deixei
de atender a vinte, trinta pessoas por dia, muitas vezes, solucionando, na
medida do possível, com alguma resolutividade, as questões daquelas
comunidades.
Então,
hoje nós temos muitas outras profissões envolvidas, muitos outros profissionais
atuando na área da Saúde também, mas precisamos focar, objetivar, para que o
médico esteja lá presente, esteja lá qualificado, cumprindo tarefas. A ação do
médico é uma ação que envolve tarefas, ele tem que resolver os problemas das
pessoas, não adianta apenas fazer hora, ficar sentado, esperando que as pessoas
venham, a não ser que seja um plantão de emergência, situação em que,
obviamente, precisamos ter o médico de uma maneira permanente, pois, a qualquer
momento, chega aquela pessoa que vai precisar de um atendimento emergencial.
Quanto
à questão do fumo, nós também temos um Projeto aqui na Casa que amplia um pouco
o regramento dessa questão em Porto Alegre. Ele mantém a proibição do fumo no
recinto coletivo fechado, proíbe os fumódromos e penaliza, inclusive, as
pessoas que descumprirem o que a lei propõe. Nesse aspecto, eu saúdo o Ver.
Elias Vidal pela sua fala. E sei que o nosso Presidente, o Mario Manfro, também
se soma a essa luta, em função dos problemas que o fumo traz para a dentição.
Ele, que é dentista, convive diariamente com isso, inclusive quando se defronta
com o próprio espelho. Então, realmente nós temos que trabalhar muito bem esse
assunto e fazer com que ele seja visto de uma maneira melhor por toda a
sociedade. Saúde para todos. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a
palavra em Comunicações.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mario Manfro;
colegas Vereadores, Vereadoras e os que acompanham a Sessão no dia de hoje,
inicialmente eu queria trazer uma informação aos nobres colegas Vereadores,
referentemente a uma luta da Região Leste de Porto Alegre. A informação é que o
Programa de Expansão das Escolas Técnicas no Brasil poderá dar a Porto Alegre
mais uma escola técnica, a exemplo da Restinga, citada há pouco pelo colega
Ver. Engenheiro Comassetto.
Ontem
nós tivemos uma reunião muito importante com o Governo, com o Ministério da
Educação; com o Diretor das Escolas Técnicas aqui de Porto Alegre, o Professor
Paulo Sangoi; com o Coordenador das Escolas Técnicas no Brasil, que é gaúcho, o
Professor Eliezer Pacheco; juntamente com o Presidente da Inovapoa, Newton
Braga Rosa, que foi nosso colega Vereador; com este Vereador e a Empresa Rossi.
Na reunião se buscou uma alternativa para a Região Leste, Ver. Valter
Nagelstein, que seria uma compensação do empreendimento da Empresa Rossi,
próximo à Av. Ipiranga com a Av. Protásio Alves, ao Município, em que o
Município cederia o espaço ao Governo Federal. Portanto, sobre aquela ideia de
trazermos uma nova escola técnica para o lado do Carrefour - e o Governo
encaminhou um projeto de habitação, que foi negado -, agora surgiu essa
alternativa, que foi aceita pelo Ministério, aceita pelo Diretor da Escola
Técnica em Porto Alegre, aceita pela Rossi e aceita pelo Governo Municipal.
Portanto, nós teremos, possivelmente até fins de fevereiro, um projeto de lei
vindo para esta Casa, solicitando a cedência dessa área para a implementação da
escola técnica na Região Leste. É uma informação importante, e, com certeza, teremos
aqui o apoio dos colegas Vereadores para agilizar esse processo de cedência da
área, a exemplo da Restinga, que aconteceu no ano passado.
Um
outro aspecto, Sr. Presidente: creio que todos nós estamos aqui, neste momento,
numa Comissão Representativa, porque estamos num sistema de plantão na Cidade,
e, quando acontece uma catástrofe ou uma emergência, Ver. Valter Nagelstein,
como aconteceu nesta madrugada, com a queda da ponte da Av. Edgar Pires de
Castro, eu creio que o Legislativo tem que se pronunciar e ir ao local. Qual é
a ação do Legislativo? É uma ação importante, Presidente. Com todo o respeito,
quero propor aos colegas Vereadores que se faça um contato com o nosso Vereador
e Prefeito da Cidade hoje, Ver. Nelcir Tessaro, e que se faça uma visita ao
local, à tarde, em nome da Câmara, em nome do Executivo, para buscarmos uma
alternativa imediata. Temos como exemplo o que aconteceu aqui em Restinga Seca
e em Agudo, onde o Exército instalará, nos próximos dias, uma ponte provisória.
Temos que buscar alternativas para um novo acesso, pois demora a construção de
uma ponte. Esse acesso de Restinga a Porto Alegre - embora estejamos em Porto
Alegre, dá impressão que estarmos isolados - tem que ser lá pela Lomba do
Pinheiro.
Então,
cabe uma emergencialidade nesse aspecto, uma intervenção, uma interlocução,
como sempre fez a Câmara, como fizeram os demais Presidentes, com o Executivo,
e que se demonstre solidariedade para a sociedade daquele local. Temos que nos
solidarizar aqui com a manifestação do Ver. Engenheiro Comassetto, porque para
um Vereador que é da região é como se acontecesse em outra região em que nós
militamos no dia a dia. A população vai diretamente ao Vereador, que tem a
função de fiscalizar o serviço público. E nessa emergencialidade nós temos que
ter uma ação imediata. A Câmara, sim, tem que manter contato com o Executivo,
fazer essa visita hoje e divulgar para a população local o que está sendo feito
para amenizar esse sofrimento do transporte na Cidade, mais precisamente para o
deslocamento para o trabalho desses cidadãos, que, por sua vez, devem estar
sofrendo muito a partir de hoje com o atraso no serviço, com o corte dos seus
salários, e muitos podem até ser demitidos em função de alguns serviços terem
que abrir em determinadas horas. Alguns vão ter que madrugar, outras vão ter
que mudar a sua rotina.
Então,
é importantíssima a intervenção ou a interlocução que se fará com o Executivo
no intuito de agilizar uma emergência, até porque o Exército existe para essas
emergências também. Os Governos Federal e Estadual também têm que compartilhar.
Talvez só o Município não tenha, no momento, a possibilidade imediata de
resolver. É claro que o discurso político nós poderíamos avaliar sobre outro
aspecto e questionar: por que então a Restinga foi implementada pelos Governos
anteriores, há muito tempo, tão distante da Cidade? Por que não fizemos essa
discussão em vez de dizer que a Restinga ficou isolada? Por que isolaram a
Restinga anos atrás? Por que os pobres ou a classe média tinham que ficar tão
distante do Centro da Cidade? Inclusive, muitos políticos pensam ainda hoje que
as vilas têm que ser retiradas do Centro, em vez de darem condições de vida e
de dignidade para essas pessoas. Acho que isso serve como um alerta para nós,
até porque as pessoas, por mais simples que sejam, por mais pobres que sejam,
não devem ser afastadas do acesso ao serviço público. E foi o que aconteceu com
a Restinga no passado. Cabe esse registro. Nobre Presidente, com todo o
respeito, acho que cabe, sim, uma ligação ao Ver. Nelcir Tessaro, uma ligação
ao Executivo, para que a Câmara faça essa interlocução, buscando uma solução
imediata para esse caso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra
em Comunicações.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores que nos acompanham, o nosso Líder da oposição vinha bem, mas aí, como
disse o Ver. Dr. Raul, o seu lado intransigente falou mais alto. E diz o Ver.
Dr. Raul - que já vem de outra Legislatura - que assim era, e eu já tinha
ouvido falar a respeito. Ver. Engenheiro Comassetto, eu sinto muito, mas essa
fama o precede.
Como
eu disse já na minha primeira fala, lá naquela nossa Sessão Extraordinária,
espero que este ano sirva de experiência, de aprendizado e que possamos
corrigir esses eventuais arroubos. Porque eu só posso compreender como arroubo
de V. Exª a referência ao Secretário Clóvis Magalhães, dizendo que ele só faz
maracutaias. É um infeliz equívoco. Um arroubo coroado de um infeliz equívoco.
Quando
se dirige a mim, seu colega, dizendo que tem quinze observações que gostaria
que eu respondesse mas não com discurso furado, eu quero compreender também que
é mais um arroubo infeliz. Porque eu não tenho o costume, Ver. Elias Vidal, de
fazer discursos furados ou de conversa furada. Então, eu quero lamentar,
lamentar muito. Quero dizer que vinha bem, mas infelizmente se perdeu.
Talvez
eu até compreenda que o número 15 cause algum assombro no Vereador. Ele deve
dormir pensando no 15; acordar pensando no 15, por isso ele escreveu no 15 lá.
O Prefeito Fogaça conseguiu a sua reeleição. Quem era o Prefeito Fogaça? Era o
15. Em cima exatamente desse Partido, e ele fala da Restinga, mas o PT, Ver.
Elias Vidal, como bem lembrou V. Exª, governou por dezesseis anos a Cidade e
não conseguiu implementar o Polo Industrial da Restinga. Não conseguiu
implementar o Polo Industrial da Restinga! E hoje está lá, é uma realidade:
várias empresas estão localizadas lá.
A
dívida que nós renegociamos aqui, na segunda-feira, na Reunião Extraordinária
do PREVIMPA, começou em 2001. Em 2001, quem era o Prefeito de Porto Alegre?
Quem era o Prefeito, Ver. Aldacir José Oliboni, em 2001? Tarso Genro. Aquele que
disse, de forma peremptória, que não ia renunciar. Aquele, sim, fez a renúncia
por um projeto pessoal! A imprensa - quero me reportar a dois jornais -
perguntou a ele: “Mas, Prefeito Tarso Genro, o natural não seria o seu Vice ser
o candidato? Assim como tinha sido o Olívio Dutra, do Raul Pont; e o Raul Pont,
do Olívio Dutra?” Ele disse o seguinte: “Natural no PT só iogurte.” E matou o
José Fortunati. E fez com que o José Fortunati, que era um grande quadro do PT,
saísse. Aliás, é uma prática do PT, de alguns setores do PT, que têm essa
prática autofágica, hegemônica, fazem isso não só com seus próprios
companheiros, mas com outros Partidos, como fizeram com o PDT. Por que hoje o
PT não tem aliança do PSB? Por que o PCdoB não fez aliança com o PT? Ninguém mais
quer se aliar com o PT! E agora está lá o Sr. Tarso Genro, que adora projetos
pessoais, de novo lutando para tentar conseguir uma aliança, porque ninguém
mais quer aliança com o PT.
Mas
eu fico pensando, Ver. João Pancinha, meu Líder do PMDB; Verª Fernanda
Melchionna, da Bancada do PSOL, que nós vamos ter que reescrever a Sagrada
Escritura. Ver. Elias Vidal, Ver. Toni Proença, a Bíblia diz que Deus fez Adão
e depois fez a Eva, e aí surgiu uma serpente que começou a tentá-los e que,
depois, logo em seguida, nasceu Abel e Caim, e eu fico pensando: “Será que essa
fala raivosa que nós ouvimos, que todo mal começa e termina, principia e se
encerra no Prefeito José Fogaça...” Porque tudo de ruim que está acontecendo,
pela fala do Ver. Engenheiro Comassetto, cabe ao Prefeito José Fogaça! Será que
essa serpente, também na visão dele, não se chamava José Fogaça? Será que nós
não podemos trocar o nome de Caim para José Fogaça? Será que o Prefeito de
Sodoma e Gomorra não era José Fogaça? Eu acho que, possivelmente, para o PT é
tudo isso!
Então
é uma incapacidade de enxergar o mundo, ou é uma vontade de enxergar o mundo
com as lentes deles. Uma lente totalmente distorcida; tão distorcida que sequer
vai ao encontro daquilo que é a visão da maioria da população de Porto Alegre,
que acabou por reeleger este Prefeito tão horrível...! Realmente, em parte tem
razão, o DEP não deve estar funcionando, porque, se o DEP estivesse
funcionando, as coisas fluiriam mais fáceis. Já que S. Exª disse que o meu
discurso é papo-furado, eu retribuo: esse acúmulo de bobagens certamente
escoaria se o DEP estivesse realizando melhor o seu trabalho - Ver. João
Pancinha, uma reclamação a Vossa Excelência -, se o DEP estivesse fazendo
melhor o seu trabalho.
Mas
quero me prender a outras coisas que mostram também essa incapacidade de
enxergar o maior. Diz Fernando Albrecht, aqui na página 3 do Jornal do Comércio
(Lê.): “Grande Píer de Toronto. Enquanto não chega a revitalização do Cais
Mauá, não custa sonhar com o que foi feito em outras cidades, como o Grande
Píer de Toronto, Canadá. Segundo o fotógrafo Henrique Raizler, além dos grandes
prédios existem atrações para todos os públicos, inclusive para a criançada,
até maravilhosos restaurantes. Perto dali fica a Arena Rogers Stadium. Porto
Alegre bem que poderia ter uma arena destas, mas isso já é outra conversa”.
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Vereador, o seu tempo terminou. Vossa
Excelência a partir de agora está com a palavra para uma Comunicação de Líder,
pelo Governo.
O SR. VALTER NAGESLTEIN: No Correio do Povo de hoje, o Presidente
da Federasul, José Paulo Dornelles Cairoli, escreve o seguinte (Lê.):
"Porto Alegre possui uma série de nós estruturais que entravam o seu
desenvolvimento.” É verdade, estamos tentando enfrentá-los. “Além dos problemas
de natureza social e do aumento da insegurança, que são graves em todos os
grandes centros urbanos do País, temos algumas questões próprias do nosso
espaço urbano, que compõem já há bastante tempo a agenda da Cidade, como o
esgotamento das condições de trafegabilidade, a escassez de novos negócios que
diversifiquem a matriz econômica da metrópole, a degradação de algumas áreas
urbanas como o Centro e o 4º Distrito. A questão da revitalização do Cais da
Mauá era uma dessas
questões.
Pois isso, a recente aprovação do Projeto pela Câmara de Vereadores foi muito
mais do que uma vitória da atual Administração” - repito: muito mais do que uma
vitória da atual Administração - “uma vitória da Cidade”. Diz o Presidente da
Federasul no seu artigo.
Continuo
(Lê.): “O Projeto de revitalização do Cais da Mauá tem um significado muito
especial para Porto Alegre, porque melhora a qualidade de vida e possibilita
uma maior integração da Cidade ao seu mais importante patrimônio natural, que é
a orla do Guaíba. Representa ainda um incremento no potencial turístico,
levando justamente à diversificação da nossa matriz produtiva e à geração de
mais empregos e de mais riquezas, integrando-se a um conjunto de iniciativas
que vão revitalizar o Centro da nossa Cidade. E tudo isso, importante que se
registre, poderá ser feito sem que a Prefeitura gaste um dinheiro que ela não
possui. Os recursos que serão usados neste Projeto virão da iniciativa privada,
em um empreendimento de parceria criativa entre Poder Público e o mercado. [...]
A Federasul se orgulha de ter apostado com firmeza no Projeto de revitalização
e de ter trabalhado ativamente para a sua aprovação na Câmara de Vereadores.
Para estarmos em sintonia com o Projeto, criamos, em maio de 2009, uma comissão
[...]”, nós sabemos, porque aqui nos visitou.
Termina
o Presidente da Federasul dizendo (Lê.): “Cumprimos a nossa parte como entidade
que tem responsabilidade pelos destinos da Cidade e que pauta a sua postura não
só pela crítica” - vejam bem: não só pela crítica, diz o Presidente da
Federasul, diferentemente de outros que pautam sua postura só pela crítica -
“mas também pela proposição de soluções. A maioria dos Vereadores” - e aí ele
acerta, é nisso que eu quero me prender, eu falo isso porque a TVCâmara
reproduz e multiplica isso para Cidade, para cidadania, para que ela saiba,
para que ela veja, para que ela ouça, para que fiscalize, Presidente, para que
cobre - “cumpriu a sua parte, colocando os interesses de Porto Alegre acima das
disputas partidárias. Esse é o caminho para nossa Capital avançar cada vez
mais.” A maioria, é verdade; o Partido dos Trabalhadores, na sua maioria, votou
contra,
como tem votado contra tudo, como tem tido essa incapacidade de reconhecer.
Ver. Aldacir José Oliboni, V. Exª disse que votou favoravelmente, é verdade; o
Ver. Mauro Pinheiro, acho que também votou favoravelmente, é verdade; mostraram
grandeza e mostraram capacidade para enxergar além dessas mesquinharias. Isso é
ótimo, e eu acho que é isso que deve nos pautar! E, quando olho para outros
projetos importantes aqui... Vejam, por exemplo, que o Plano Diretor aguardava
desde 1999, e nós conseguimos fazer, mas parte da Bancada do PT também não
conseguiu superar esse vezo e votou contra. E aí levo adiante aquilo que é uma
reflexão que quero fazer com V. Exª. Eu não sou censor nem corregedor, como
disse um Vereador, de ninguém! Só que a minha paciência, também, às vezes...
Porque ficar ouvindo aquelas coisas, e quando eu falei que ele já estava se
excedendo no tempo é porque, de fato, ele já estava se excedendo
regimentalmente, mas isso é uma reflexão que quero fazer, porque, aí fora, às
vezes - e V. Exas sabem disso -, algumas pessoas dizem o seguinte:
“Ah, mas o PT é uma seita”. Eu não acredito que seja isso. “O PT é radical, o
PT é sectário.” Eu não acredito que seja isso! Eu acho que é um Partido assim
como são os outros, com homens e mulheres com diferentes visões, mas com os
mesmos propósitos que nós temos, de construir uma sociedade melhor. Mas, às
vezes, essas posturas, como foi a postura do Líder, agora de manhã, é que fazem
transparecer para a sociedade essa visão de que os nossos colegas de jornada
política têm uma visão meio sectária, meio radical - ou muito radical, às vezes
- do processo político, e isso não é bom!
Por essas coisas - volto a dizer que não sou
censor e não sou juiz de ninguém - é que a votação de certos companheiros aqui,
nos seus locais tradicionais, nas suas bases tradicionais - como é o caso lá do
bairro Restinga, basta se pegar os mapas -, vem diminuindo.
Então, que isso tudo sirva, para todos nós, para
alguma espécie de reflexão. Façamos essa reflexão, que eu acho que é boa, neste
período de recesso da Câmara de Vereadores, enquanto, diligentemente,
continuamos aqui cumprindo as nossas tarefas. Eu acho que também nós, do PMDB,
e, certamente, os colegas do PPS, do PTB, do PDT, do PSOL, cada um de nós tem
as suas mazelas, tem os seus problemas, tem os seus vícios. E a política
brasileira, então, infelizmente, está cheia de vícios - cheia! Mas eu acho que
a primeira coisa, a primeira medida, a primeira ação que devemos fazer para
corrigir ou para apontar os vícios dos outros com a pretensão de querer
corrigi-los é olharmos para dentro da nossa própria casa, dos nossos próprios
defeitos e começarmos corrigindo onde temos e podemos corrigir. Depois que
fizermos o nosso dever de casa, aí, sim, me parece que temos autoridade
suficiente para apontar o dedo para quem quer que seja e para dizer: “Bom, a
nossa parte foi feita, façam também agora a parte de vocês”.
Esse juízo soberano foi feito no ano passado
pela população de Porto Alegre, e o Prefeito José Fogaça, agora, instado a
novos desafios, se sair da Prefeitura, fará diferente do que fez o Prefeito
Tarso Genro - e concluo -, que saiu porque ele quis, por projeto pessoal dele,
quando todos diziam para ele não sair.
Eu até tenho um artigo que V. Exas
podem buscar aí na Internet, que se chamou “Porto Alegre bem vale uma Missa”,
publicado na Zero Hora, acho que de janeiro ou fevereiro de 2001, logo depois
da campanha eleitoral - porque eu tinha sido candidato a Prefeito naquela
época, ainda pelo PPS -, dizendo ao Prefeito que ele não se apercebia de que,
no calor da contenda política, a audácia daquele voo poderia abreviar-lhe as
pretensões. E, de fato, foi o que aconteceu. Agora, o Prefeito José Fogaça não;
ele está sendo guindado a essa condição pela vontade soberana dos Partidos que
o apoiam, e assim será, porque nós queremos, porque é preciso fazer uma
barricada para evitar que um mal maior, que seria a vitória do sectarismo, mais
uma vez ponha uma nuvem, uma sombra de intolerância, de intransigência e de
conflito sobre a paisagem do Rio Grande. O dia que o PT souber fazer essa
reflexão e não for um Partido de intolerâncias e de conflitos, quem sabe
possamos, sim, construir uma realidade maior, e os outros segmentos da
sociedade não precisem se arregimentar todos para fazer essa barricada para
evitar exatamente aquela experiência desastrosa que já experimentamos no
Governo do Sr. Olívio Dutra. Muito obrigado, Sr. Presidente, e muito obrigado,
Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente e colegas Vereadores, o debate é
importante quando ele se coloca, quando o contraditório apresenta e provoca e
quando a situação tem respostas objetivas para os problemas. Infelizmente,
prezado Líder do Governo, V. Exª não teve respostas para o problema objetivo que
trouxemos a esta tribuna. Qual é a solução que o Governo Fogaça apresenta para
o isolamento da comunidade do bairro Restinga? Esta é a resposta que V. Exª tem
que dar aqui, e aí não dá para ficar conversando sobre outros temas que não os
centrais.
Só uma correção ao que V. Exª falou aqui: o 15 é
porque são 15 problemas! O Prefeito Fogaça não se elegeu pelo 15; elegeu-se
pelo 23. Não se esqueça disso - e está aqui o prezado Toni Proença -, ele se
elegeu pelo 23! Isso foi só para corrigi-lo, mas eu posso elencar 23 problemas,
poderei passar de 15 para mais. Problemas não faltam, é o que mais temos na
Cidade.
Presidente, esta matéria não é minha, é de um
veículo de comunicação da cidade de Porto Alegre: “Não aparece dono da ponte em
risco; placa de interdição “brota” em área particular”; estão todos colocando
as placas lá. A EPTC também garante que não tem nenhum registro de atuação na
Ponte, inclusive na instalação da placa de intenção, por ser uma área
particular. A placa pública está lá: “Ponte interditada”. E já faço um
Requerimento, Sr. Presidente, como Líder do Partido dos Trabalhadores, junto
com os demais Vereadores de oposição, no sentido de que façamos hoje, às 14h,
uma delegação desta Câmara, dirigida pelo senhor, para irmos à região averiguar
essas questões, e talvez alguns queridos colegas Vereadores possam conhecer, na
realidade, os problemas que estão ocorrendo, porque a fala do prezado Líder é
de quem não conhece os problemas das comunidades da periferia.
Bom, e aí querer dizer que cobrar aquilo que o
Prefeito escreveu e disse que iria fazer é ser raivoso? Raivoso é aquele
trabalhador que acorda às 5h, que pega um ônibus que já está superlotado e que
não consegue chegar ao Centro da Cidade, porque a infraestrutura pública, que
teria que ser executada pelo Poder Público Municipal, está deteriorada, não
existe projeto para resolver, e há recursos inclusive para serem captados, mas
que não são buscados, porque não há projeto. Então esse morador, esse
trabalhador é que fica com muita raiva! E aí não fica com muita raiva do
primeiro nome que vem à sua cabeça, que é o do Prefeito, ele fica com muita
raiva de todos os políticos! E eles não sabem quem são esses ou qual a
verdadeira situação muitas vezes, porque, se eu e o Toni chegarmos juntos lá,
será exigida a mesma solução para o problema público. É isso que temos que
discutir aqui, prezado Ver. Valter! E, por favor, V. Exª dizer que não tem
resposta... Líder do Governo é para trazer respostas do Governo sobre os
problemas da Cidade! Por que a Av. Edgar Pires de Castro não está nos projetos
de duplicação, conforme foi dito na primeira e na segunda campanhas? Por que
foi perdido o dinheiro que aprovamos aqui nesta Casa, com uma Emenda, para
elaborar o Projeto para a duplicação da Av. Edgar Pires de Castro? Por que o
Governo Municipal não atendeu ao pedido do Secretário Bueno, que veio aqui
nesta Casa e foi lá no bairro Restinga, fez uma reunião com as lideranças
empresariais da Restinga e disse: “Basta mandar projeto”. Por que o Governo não
mandou o projeto até o dia 31 de dezembro de 2008? Nem foi 2009.
Na Rua Darcy Pozzi, ficaram faltando 800 metros
de pavimentação, prezado Ver. Dr. Raul, uma obra que vinha sendo continuamente
executada pela Administração Popular, nos seus 16 anos! Por que não terminaram
os 800 metros? O projeto ficou pronto! E, se eu quiser, aqui, eu vou listar,
pois não é só a Rua Darcy Pozzi. Por que, no Beco da Vitória, não foram
terminados os 300 metros? Ficaram dinheiro e projeto. Por que a Estrada Jorge
Pereira Nunes, para a qual ficaram dinheiro e projeto, não foi terminada? Por
que a Estrada das Quirinas, para a qual também ficaram dinheiro e projeto, não
teve continuidade em suas obras? Por que a Estrada Francisca de Oliveira, para
a qual ficaram dinheiro e projeto, também não teve continuidade nas obras? E eu
poderia aqui listar todas as estradas da Cidade! O Programa Estradas da Cidade
foi abandonado.
Portanto, eu concluo novamente, Sr. Presidente,
dizendo que acho que nós temos que fazer aqui, sim, debates acalorados, exigir
o contraditório, mas nós temos que atuar também. Então eu sugiro aqui a todos
os colegas, e principalmente às suas Lideranças, que nós façamos uma caravana
agora à tarde, para, às 14 horas, sair daqui e irmos aos locais verificar essas
situações aqui colocadas para poder contribuir, principalmente para que o
Governo saiba dos problemas que existem e possa apresentar solução. Um grande
abraço.
A oposição, novamente, prezado Líder do Governo,
apresenta uma sugestão propositiva no sentido de nós, conjuntamente, enfrentarmos
os problemas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Toni Proença está com a palavra em
Comunicações.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr.
Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
quero fazer aqui uma reflexão, aproveitando o debate acalorado que hoje temos
nesta tribuna e nesta Sessão, fazendo uma reflexão sobre um traço cultural,
principalmente, que nós temos entre todos os políticos, sejam os gestores ou
parlamentares, na atividade parlamentar, no Brasil - vou tratar do Brasil, do
Rio Grande do Sul e de Porto Alegre -, que é o de sempre buscar e sempre
militar na construção de novas obras, descuidando do planejamento, da
manutenção, da prevenção.
Se nós olharmos para os jornais de hoje - só os
de hoje -, em todos os veículos impressos da Capital, eles tratam das chuvas e
das cheias que têm afetado o interior do Estado e também agora a Capital, e, em
todos eles, gestores públicos falam que aumentarão o nível de prevenção, falam
que se preocuparão muito mais com a manutenção do que com novas obras.
Eu acho que nós temos que fazer uma reflexão
profunda a respeito disso, tratar mais do planejamento, mais da prevenção, mais
da manutenção, mais da qualidade dos serviços públicos entregues aos cidadãos,
do que propor grandes e novas obras. Aproveitar o recurso público, que é
escasso - e nós sabemos -, escasso no Município, escasso no Estado, escasso na
União, aproveitar o recurso público existente para tratar dos problemas
existentes, para tratar de prevenir novos problemas, para tratar da manutenção,
da qualidade dos serviços que o Município, o Estado e a União entregam aos
cidadãos.
Nós temos problemas de regularização fundiária,
de ocupações de áreas de risco - tratamos disso ontem, aqui -, e nós temos que
prevenir novas tragédias.
E Porto Alegre está aí com um manancial muito
grande - vamos “bater na madeira” - de ocupação nas nossas encostas de morros,
nas nossas beiras de arroio, que são um potencial para novas tragédias,
potencial esse que nós temos que prevenir, mas de que forma? Com planejamento,
com mais manutenção dos serviços públicos, com mais manutenção do que já existe
em detrimento de novas obras, aproveitando os parcos recursos, os recursos
escassos que a Prefeitura tem para tratar disso.
Eu acho que essa reflexão todos nós temos que
fazer - quem está no Executivo hoje, quem está no Legislativo -, aproveitando
os esforços de toda a cidadania, a energia social, como bem gosta de dizer o
Prefeito Fogaça, existente na Cidade.
O Ver. Oliboni trouxe aqui bons exemplos de
iniciativas que podem construir soluções. Soma-se a contrapartida de um
investimento de uma empresa privada, como a Rossi; a expectativa e a ânsia de
mais de 30 anos de uma comunidade como a da região Leste, que inclui a Bom
Jesus e Partenon, por uma unidade de uma escola técnica que é, sem dúvida, um
instrumento de inclusão das camadas mais pobres da sociedade; a Prefeitura
Municipal e o Governo Federal.
Vejam que nós conseguimos um arranjo com três
instâncias de poder: o Governo do Estado, a Prefeitura Municipal e Governo
Federal, mais a iniciativa privada e a comunidade. Essas iniciativas buscam
propor soluções para velhos problemas, sem ser uma obra grandiosa, sem
comprometer muito recurso público num só projeto.
Portanto, ao iniciarmos um novo ano legislativo,
nesta segunda Reunião da Comissão Representativa, proponho que se faça uma
reflexão sobre a prevenção, sobre a manutenção, sobre a qualidade dos serviços
públicos entregues ao cidadão e sobre iniciativas e boas ideias para novas
soluções para velhos problemas. Bom-dia a todos e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Pancinha está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
PANCINHA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste
aqui; público do Canal 16; Rádio Web, quero, de antemão, dizer que a proposta
feita pelo Ver. Oliboni, de fazer uma visita junto com o Prefeito ao local foi
muito bem recebida, mas eu quero dizer que o Prefeito em exercício, o nosso
colega Ver. Nelcir Tessaro, já está no local, e, certamente, as medidas
necessárias serão tomadas pelo Executivo. Realmente, é um problema sério aquela
população do Extremo Sul ficar isolada do resto da Cidade.
Eu disse ontem que não me surpreendem os ataques
que estão sendo feitos à Administração, principalmente porque, em pouco mais de
30 dias, quando o Prefeito José Fogaça colocou seu nome à disposição da
população e do Partido, o PMDB, para concorrer ao Governo do Estado, já saiu
uma pesquisa emparelhando em 30 a 30 com o Ministro Tarso Genro. Isso está
abalando as bases realmente, e eu entendo o furor que está acontecendo
atualmente.
Eu quero dizer, também, que o Prefeito José
Fogaça, na sua Administração, que iniciou em 2005, fez tanto pelo
desenvolvimento de Porto Alegre, Porto Alegre cresceu tanto em termos de
infraestrutura, que parece que ele está há muito tempo na Administração, mas,
na realidade, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, ele está há um terço do
tempo que esteve a Administração Popular. A Administração Popular esteve 16
anos no poder, administrando Porto Alegre, fez coisas boas, sem dúvida nenhuma,
mas, no final da sua Administração, deixou a desejar. Prova disso é a
alternância no poder. Parece que faz muito tempo, mas não faz: um terço do
tempo da Administração Popular é o tempo desta Administração, Ver. Vidal, que
está administrando muito bem Porto Alegre.
Esta Administração encontrou problemas crônicos,
mas, inclusive na parte de drenagem, onde tínhamos, seguramente, mais de 25
pontos críticos, que qualquer chuva alagava, hoje temos problemas pontuais,
porque investimentos foram feitos. E é uma injustiça muito grande dizer que o
DEP não está fazendo a prevenção, porque hoje podemos apontar onde temos
problemas crônicos.
Na Av. Padre Cacique, realmente há um problema
crônico, existe um Projeto que está em andamento, e esse problema será
solucionado, como foi solucionado o uso do Jet
ski da Goethe.
Também quero dizer que, com essa tragédia em
Agudo, onde rompeu uma ponte de mais 50 anos, o Ver. Comassetto comentou que a
ponte da Edgar Pires de Castro foi executada pela Administração Popular. Das
duas uma...
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Só um pouquinho Vereador, por gentileza! Eu só
pediria um pouco de atenção ao Vereador que está na tribuna.
O SR. JOÃO
PANCINHA: Muito
obrigado. Está bem, o nosso Presidente está bem. Eu não podia esperar outra
coisa, outra atitude do nosso Presidente.
Então, o Ver. Comassetto comentou que a ponte da
Edgar Pires de Castro foi executada no tempo da Administração Popular, ou seja,
ela não tem mais do que 18, no máximo 20 anos. A ponte de Agudo, com 50 anos,
ruiu. Então eu pergunto: por que essa ponte foi subdimensionada? Hoje nós temos
um problema no Arroio do Salso, que há 20 anos não é dragado, e ele está
parcialmente sendo dragado, mas o fluxo de veículos para o Extremo Sul
realmente cresceu bastante, porque esta Administração fez o Polo Industrial da
Restinga crescer, e hoje nós temos de ampliar o Polo Industrial. Certamente,
quando foi construída essa ponte, não acreditavam no Polo Industrial que foi
criado pelo próprio Governo da Administração Popular.
Então, dizer que a rua não foi asfaltada, porque
tinha dinheiro e tinha Projeto, é uma falácia. Quando o Prefeito José Fogaça
assumiu a Prefeitura, mais de 300 obras do Orçamento Participativo estavam
paradas, porque não havia recursos. A Prefeitura estava inadimplente, e não
havia recursos para contrair financiamento do Conduto Forçado Álvaro Chaves.
Nós tivemos - eu digo nós porque participei
orgulhosamente desta Administração - dois anos para colocar as contas em dia e
começar os investimentos. As obras atrasadas do Orçamento Participativo foram
ajustadas com as comunidades, que deram percentual de que obras atrasadas
gostariam que se fossem feitas e de obras atuais novas fossem executadas com o
Orçamento Participativo.
Então, dizer que tem dinheiro e tem projeto fica
muito fácil quando se está na oposição, mas, realmente, dizer que a Prefeitura
estava quebrada e que, em 2004, nenhum investimento foi feito em Porto Alegre,
mesmo sendo ano de eleição, isso é difícil de dizer.
Eu quero fazer uma pergunta ao nobre Ver.
Comassetto, que disse que existe o dinheiro para a duplicação da Av. Edgar
Pires de Castro, conforme informou um Secretário quando esteve aqui: é o mesmo
dinheiro do Metrô da Copa? Se for o mesmo, então, esse dinheiro não existe.
E para concluir, Ver. Comassetto, eu gostaria de
dizer que a discussão é bonita, a discussão é boa; agora, há termos que não se
pode usar. Dizer que há maracutaia em licitações é muito grave, mas certamente
os órgãos competentes pela fiscalização e pela investigação saberão levar a
termo e punir, se tiver que ser punido; retratar, se tiver que se retratar.
Então, vamos continuar no debate que é
extremamente importante que o Prefeito em exercício, Nelcir Tessaro, já esteja
no local, e, certamente, teremos atitudes e serviços para aquela ponte que,
realmente, precisa ser duplicada, porque, desacreditando no Polo Industrial da Restinga,
ela foi subdimensionada. O tempo de vida útil foi extremamente curto para uma
ponte que tinha um dever de, realmente, fazer a ligação do Extremo Sul com o
Centro da Cidade.
Para concluir, Sr. Presidente, com a sua
tolerância, quero dizer que o Ver. Adeli Sell comentou a respeito do DMLU
quanto à sujeira. Fiz um contato com o Diretor do DMLU, Mário Moncks, que me
disse que, realmente, neste final de ano, houve um acréscimo de 30% em termos
de lixo, porque tivemos muitas festividades. Realmente houve um acréscimo de
30% de lixo em relação ao que existe normalmente. No final do ano, há uma
diminuição de funcionários em função de férias, mas, a partir da segunda-feira,
dia 04, foi tudo normalizado. Quanto à situação do DMLU, que, segundo o Ver.
Adeli Sell, está utilizando terceirizados, quero dizer que está, sim,
utilizando terceirizados, mas há também servidores de carreira, e, certamente,
será colocada em dia a questão do DMLU.
Muito obrigado pela atenção, um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr.
Presidente, novamente venho à tribuna, desta vez no espaço de Liderança do PPS
e, propositalmente, não usei o espaço da tribuna anteriormente para tratar
deste tema porque queria fazê-lo no espaço do PPS.
Eu queria aqui colocar a preocupação da Bancada
do PPS com a eleição estadual deste ano, porque acho que a política é saudável,
temos que debatê-la, o tema é candente, existem posições e paixões dos dois
lados, mas eu acho que - gostaria de sugerir em nome da Bancada do PPS - não
deveríamos envolver os problemas da Cidade na disputa eleitoral deste ano,
principalmente porque nós vamos ter, possivelmente, dois candidatos a Governador,
que serão, então, ex-Prefeitos da Cidade. Então é natural que o debate na
Câmara sobre a eleição estadual fique mais forte, mas estamos notando que boa
parte do tempo, nesta Comissão Representativa, está sendo ocupada por uma
disputa eleitoral de 2010 pelo Governo do Estado entre dois ex-Prefeitos da
Cidade, se assim se confirmar a candidatura do Prefeito Fogaça.
Eu acho que haverá o local adequado, o fórum
adequado para esse debate. A Câmara não pode se descuidar dos problemas da
Cidade e, principalmente, não pode se deixar envolver por este debate,
omitindo-se de debater, de buscar soluções, de mediar conflitos e contradições
normalmente trazidas para cá e que são uma atribuição da Câmara de Vereadores.
Essa era a reflexão que eu queria fazer com os
Vereadores e com todos, Sr. Presidente, a respeito do processo eleitoral deste
ano.
Discuti com meu colega de Bancada, Ver. Elias
Vidal, e com o Ver. Paulino Ruben Berta, que hoje não está na Casa, mas que
está trabalhando na comunidade, e a nossa preocupação ficou passível de ser
registrada nesta tribuna para que a gente não deixe que a paixão e o calor da
disputa eleitoral para o Governo do Estado de 2010 - principalmente envolvendo
o Ministro Tarso Genro e o Prefeito José Fogaça - nos façam descuidar dos problemas
da Cidade, dos conflitos, das contradições, problemas para os quais a cidadania
de Porto Alegre espera encontrar resposta e repercussão nesta Câmara de
Vereadores. Muito obrigado e bom-dia a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Presidente Ver. Manfro; demais colegas, eu quero,
inicialmente, me solidarizar com a demanda que o Ver. Comassetto trouxe, que
merece toda a nossa atenção, todo o nosso respeito pela comunidade não só da
Restinga como dos arredores.
Como o Ver. Comassetto colocou, as comunidades
de baixa renda sofrem um processo de exclusão muito grande. As políticas
públicas demoram e, quando chegam, muitas vezes não são eficazes, não resolvem
os dramas destas comunidades. Eu falo porque conheço muito bem a realidade dos
moradores das comunidades de baixa renda. Eu tenho um trabalho há mais de dez
anos nas comunidades dos bairros Humaitá, Farrapos e Navegantes, fato que hoje
faz com que eu tenha o compromisso de defender principalmente aquela região,
pois eu sou o Vereador mais votado de todos os Partidos, nesses três bairros;
sou Vereador, principalmente pela minha votação nas vilas desses bairros.
Então, Ver. Comassetto, nós temos que estar
atentos a esse problema da Restinga, e fico tranquilo quando vejo que o nosso
Prefeito em exercício, o Ver. Tessaro, uma pessoa altamente capaz e
comprometida com as causas da nossa Cidade, está lá presente. Ou seja, ele está
dando continuidade à forma exemplar com que o Governo Fogaça conduz o seu
segundo mandato, sempre atento, sempre presente, não medindo esforços para
atender aos problemas da nossa Porto Alegre, desde os problemas da nossa elite
até os problemas das comunidades de baixa renda. Tanto que, lá no Navegantes,
depois de 20 anos de luta, nós vamos ter a construção do Centro Comunitário da
Entrada da Cidade, o que vai trazer para aquela região um enriquecimento de
qualidade de vida imenso, ou seja, era um sonho que está se realizando no
Governo Fogaça e é o sonho daquelas pessoas humildes que precisam de um lugar
para poder desenvolver o seu lazer, a sua cultura, o seu esporte, recreação;
quer dizer, o Governo Fogaça faz muito pelas comunidades de baixa renda da
nossa Cidade, e, como faz para o Navegantes, está fazendo agora pela Restinga,
estando presente, atento, para podermos, o mais breve possível, resolver esse
acidente que ocorreu, exatamente porque o nosso País e o mundo vivem uma condição
climática fora de regra, excepcional, e isso faz com que vários acidentes
ocorram incapazes de serem previstos por qualquer gestão.
Agora, o que o Toni Proença colocou é muito
importante. E o Toni vem se destacando por ser um político que sabe fazer grandes
articulações, é um grande pacificador, um grande conciliador e coloca as
questões partidárias abaixo das questões que envolvem a política pública. Nós
temos que tirar do debate, aqui da Câmara de Vereadores, essa disputa eleitoral
deste ano de 2010 para o bem do povo de Porto Alegre. Nós temos que colocar as
demandas estruturais de Porto Alegre acima da disputa entre Fogaça, Tarso Genro
e quem quer que seja que enfrentará agora a corrida pelo Piratini. A isto nós
temos que ficar atentos, transcender os nossos interesses partidários e
eleitorais e ficarmos focados nas realidades em relação à Saúde, à Educação, ao
Saneamento, às obras estruturais do nosso Município.
É nesse ponto que eu quero sempre estar
procurando pautar os nossos debates aqui na Câmara. Vamos deixar a campanha
eleitoral fora da Câmara de Vereadores! Eu entendo a angústia da companheirada
do PT, que vem, cada vez mais, não por culpa dos outros Partidos, mas por uma
postura mais focada no passado, de radicalismo, de sectarismo... Então, o PT,
infelizmente, hoje, é um Partido isolado, e eu digo infelizmente, porque é um
Partido que tem grandes quadros e já realizou grandes projetos para a nossa
Nação, para o nosso Estado e para o nosso Município, mas essas atitudes
radicais, e, muitas vezes, inclusive, que ofendem a honra de pessoas, de
colegas de política vêm cada vez deixando o PT mais e mais isolado, tanto que,
hoje, a alternativa do PT para a eleição da Presidência da República é uma
ex-companheira do PDT, que só foi para o PT por culpa do radicalismo do PT,
porque ou ela ficava no Governo Olívio, ou ela era expulsa da Secretaria, ou
seja, não houve por parte do Governo Olívio nenhum respeito pela história do
trabalhismo, pela história do PDT e pela história dos companheiros que saíram ou
que ficaram no Governo Olívio. Ou seja, o isolamento a que o PT chegou está num
nível de falta de alternativa, que a companheira Dilma, ex-PDT, que trocou o
Partido por um cargo, pode ser agora a única opção do Governo Lula. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Encerrado o período de Comunicações.
Não havendo mais nenhum Vereador inscrito e não
havendo priorização para a Ordem do Dia, eu declaro encerrada a 2ª Reunião
Ordinária da 2ª Comissão Representativa da XV Legislatura, e, ao mesmo tempo,
convoco V. Exas para a próxima Reunião Representativa, na
quarta-feira, às 9h30min, ainda neste mesmo local.
(Encerra-se a Reunião às 11h30min.)
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